quinta-feira, 22 de julho de 2010

A trajetória do movimento da Jovem Guarda e seus ídolos mais representativos são o assunto do livro "Jovem Guarda", escrito por Marcelo Froes. Repleto de histórias sobre as origens do rock nacional, o livro mostra como tudo na Jovem Guarda aconteceu em ritmo de aventura: desde as trajetórias de Wanderléa, Erasmo e Roberto, até as fofocas dos bastidores.

Uma surpresa é constatar que vários artistas que hoje tomaram novos caminhos na MPB começaram na Jovem Guarda. É o caso do produtor Liminha, dos cantores Zé Ramalho, Vinícius Cantuária, Dudu França e dos executivos Miguel Plopschi, Max Pierre, Marcos Maynard (presidente da Abril Music) e outros. O autor dedica ainda bom espaço aos conjuntos instrumentais da época, esclarecendo as relações, muitas vezes obscuras, entre músicos, mídia e gravadoras no Brasil.

"Minha Fama de Mau" conta como Erasmo Carlos, o amigo de fé irmão camarada do "rei", se tornou um fenômeno da Jovem Guarda e um dos primeiros popstars brasileiros, narrando como o cantor superou todas as limitações e o preconceito da Zona Sul carioca, consagrando-se, junto ao parceiro Roberto Carlos, como o porta-voz sentimental de milhões de pessoas. O cantor narra os primeiros trabalhos, como estoquista de loja de sutiãs a carregador de tijolos refratários, Erasmo fez de tudo até alcançar o sucesso e essas experiências frustradas o convenceriam de que seu destino definitivamente era trabalhar com música.

Aos 68 anos, quase 600 composições e muitos prêmios depois, Erasmo se mostra tão à vontade no texto quanto nos tempos da Jovem Guarda. As amizades, cultivadas ao longo de décadas, continuam firmes. A família é representada pelos filhos Gil, Gugu e Léo, que formam junto ao pai "os quatro homens dependentes", de quem fala na música "Mulher", de 1981. Personificada, essa mulher seria Nara, sua esposa por 16 anos e ainda fonte de inspiração. Sentado à beira do mesmo caminho, Erasmo acredita na sorte: "Mas também acredito no azar, bicho. Consegui na vida muito mais do que imaginei, não tenho do que reclamar," escreve o cantor


O "Almanaque da Jovem Guarda", escrito por Ricardo Pugialli, contém preciosidades do período musical de 1965 a 1968 --época que se destacou pelo movimento comandado por Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléa.

Os mais saudosistas irão relembrar as gírias, os modelitos e os principais artistas do movimento. Já os mais jovens terão a chance de conhecer os precursores do rock nacional, que arrastavam multidões em sua época.
O leitor irá relembrar as imagens e as canções que marcaram a Jovem Guarda, já que o livro promove um verdadeiro jogo da memória para quem acompanhou ou se interessa pelo fenômeno cultural que aconteceu há quatro décadas.

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MOMENTOS DO REI