Os 70 anos de Roberto Carlos: Por que amamos tanto o Rei ?

Roberto Carlos tem muita história para contar desses 70 anos de vida assim como seus milhares de fãs têm pelo menos um momento marcante em que sua história cruza com a do Rei. Uma música que embalou um instante recheado de sentimentalismo, uma frase cantada que consolou um coração machucado, uma palavra do cantor que encheu de alegria e esperança quem gosta de viver. São tantas emoções em uma simples rosa vermelha dada com tanto carinho no fim de cada uma de suas apresentações. São tantas coisinhas miúdas, as partículas de felicidade que explodem a cada aparição dele. Roberto é único, e amá-lo é bem mais do que uma prática, é como se fosse uma religião.


Infância Roberto Carlos Braga, filho da costureira Laura e do relojoeiro Robertino, nasceu em cachoeiro de Itapemirim (ES), onde ganhou o apelido de Zunguinha. Aos 6 anos, um acidente na linha do trem lhe marcou a vida e causou a perda de uma perna. Foi lá também que, aos 9, ganhou seu primeiro prêmio como cantor em um concurso de rádio. E nunca mais largou o microfone

Jovem Guarda Decidido a se dedicar à música, Roberto se mudou para o Rio de janeiro ainda adolescente e, em 1957, conheceu Erasmo Carlos, que viria se tornar seu eterno parceiro e que o influenciaria  a largar a vida de crooner e de cantor de bossa nova pelo rock’n’roll. E foi com o iê-iê-iê que liderou o movimento da jovem guarda, nome do programa que apresentou ao lado  de Erasmo e de Wanderléa na TV Record nos anos 60. Foi a época de sucessos como Quero Que vá Tudo pro inferno e Eu Te darei o céu

O Rei Em 1966, o sucesso de Roberto Carlos já era inquestionável e foi quando o apresentador Chacrinha selou o título de majestade no cantor ao promover sua coroação em seu programa. E quem colocou a coroa em sua cabeça foi sua mãe, que ficaria conhecida como Lady Laura, graças à música do rei de 1978. Dez anos antes, em 1968, Roberto começava a conquistar o   mundo com sua vitória no Festival de San Remo, na Itália, com Canzone per Te, de Sergio Endrigo

O rei fez sucesso também atuando no cinema


Superstar Perseguido por uma quadrilha internacional. É assim que Roberto Carlos assume o posto de galã de cinema depois de conquistar as paradas musicais e a TV estrelando o filme Roberto Carlos em ritmo de aventura (1968), que lançou o sucesso Eu sou Terrível. No mesmo ano, o rei volta à telona, dessa vez ao lado de Erasmo Carlos e Wanderléa em Roberto Carlos e o Diamante Cor-de-rosa (1968). sua carreira cinematográfica se completa com Roberto Carlos a 300 Quilômetros por Hora (1971), todos dirigidos por Roberto Farias

Roberto Carlos, a então esposa Nice, e os filhos Ana Paula, Dudu e Luciana


Família Nos anos 60, Roberto Carlos era o sonho de toda mulher. Por isso, ele manteve em segredo por dois anos o namoro com Cleonice Rossi Martinelli, a Nice, com quem se casou em maio de 1968 em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, porque ela era desquitada. Nice era mãe de Ana Paula Braga, que Roberto criou como filha, e deu à luz ainda Roberto Carlos Braga, o Dudu Braga, e Luciana. A partir do casamento, o rei começou a dar o tom mais romântico a sua obra, e o marco dessa fase é Como É Grande o meu amor por Você. A união durou até 1978, e em 1990 o cantor ficou ao lado da ex-mulher, que morreu naquele ano vítima de câncer

Roberto Carlos e Myrian Rios


Muito romântico Depois da separação de Nice e da morte de Seu Robertino, Roberto Carlos se tornou um homem maduro. E recluso. Mas não deixou de fabricar sucessos, de vender milhões de discos nem de fazer shows cada vez maiores. Em 1980, ele também encarou mais um casamento, com a atriz Myrian Rios, 17 anos mais nova, e para quem fez a música A Atriz. A união foi até 1989

O Rei foi comparado a Frank Sinatra e percorreu o Brasil inteiro na turnê Emoções


Emoções No começo dos anos 80, os grandes shows que lotava estádios faziam o cenário musical da época. Roberto Carlos marcou esse período com a turnê Emoções, com a qual percorreu o país  de ponta a ponta a bordo de um avião fretado e com mais de 100 profissionais a bordo. Nessa altura, o rei era comparado a Frank Sinatra por sua grandiosidade e seu maior concorrente era o espanhol Julio Iglesias

Roberto Carlos é muito religioso e ganhou uma bênção do papa João Paulo II

Religiosidade Quando o papa João Paulo II esteve no México em 1979, foi saudado com a música Amigo, de Roberto Carlos. em 1991, ao completar 50 anos, o rei comemorou com um show beneficente para a obra de Irmã Dulce, em São Paulo. Seja se posicionando contra a liberação do filme Je Vous salue Marie, seja citando cada vez mais sua fé cristã, Roberto tornou explícita sua ligação com a religião, que culminou com a bênção de João Paulo II em sua visita ao Brasil em 1997

Roberto Carlos e Maria Rita

Maria Rita Amiga de Ana Paula, Maria Rita foi apresentada ao pai dela aos 16 anos e se apaixonou. Guardou esse sentimento por 14, quando reencontrou Roberto Carlos e os dois começaram a namorar. O rei voltava a amar. Até se dispos a se casar em 1996 com aquela que declarava ser ''o grande amor de sua vida''. Dois anos depois, ela foi diagnosticada com um tipo raro de câncer e morreu em dezembro de 1999


 
Várias cantoras, incluindo Paula Toller, Alcione, Sandy, Adriana Calcanhoto, Wanderléa e Daniela Mercury homenagearam os 50 anos de carreira do rei

50 anos de carreira Após a morte de Maria Rita, Roberto Carlos ficou um ano praticamente recluso e só voltou a se apresentar no fim de 2000 com o show Amor sem Limite, em que homenageava a amada.  Assim, deu continuidade à sua trajetória e seguiu reinando no cenário da música brasileira. Em 2009, deu início às comemorações de seus 50 anos de carreira com uma série de eventos, entre eles uma apresentação no Teatro Municipal de São Paulo ao lado de várias cantoras em Elas cantam Roberto 

Roberto Carlos no carro alegórico do desfile da Beija Flor à frente de uma imagem de Jesus Cristo



É campeão A festa com a série de eventos para comemorar os 50 anos de carreira trouxe um cantor mais feliz. O ápice dessa alegria pôde ser vista no carnaval deste ano, quando a Beija Flor homenageou o rei no desfile do Rio de Janeiro. Assim como Roberto, a escola foi eleita campeã