
Uma surpresa é constatar que vários artistas que hoje tomaram novos caminhos na MPB começaram na Jovem Guarda. É o caso do produtor Liminha, dos cantores Zé Ramalho, Vinícius Cantuária, Dudu França e dos executivos Miguel Plopschi, Max Pierre, Marcos Maynard (presidente da Abril Music) e outros. O autor dedica ainda bom espaço aos conjuntos instrumentais da época, esclarecendo as relações, muitas vezes obscuras, entre músicos, mídia e gravadoras no Brasil.
"Minha Fama de Mau" conta como Erasmo Carlos, o amigo de fé irmão camarada do "rei", se tornou um fenômeno da Jovem Guarda e um dos primeiros popstars brasileiros, narrando como o cantor superou todas as limitações e o preconceito da Zona Sul carioca, consagrando-se, junto ao parceiro Roberto Carlos, como o porta-voz sentimental de milhões de pessoas. O cantor narra os primeiros trabalhos, como estoquista de loja de sutiãs a carregador de tijolos refratários, Erasmo fez de tudo até alcançar o sucesso e essas experiências frustradas o convenceriam de que seu destino definitivamente era trabalhar com música.


Os mais saudosistas irão relembrar as gírias, os modelitos e os principais artistas do movimento. Já os mais jovens terão a chance de conhecer os precursores do rock nacional, que arrastavam multidões em sua época.
O leitor irá relembrar as imagens e as canções que marcaram a Jovem Guarda, já que o livro promove um verdadeiro jogo da memória para quem acompanhou ou se interessa pelo fenômeno cultural que aconteceu há quatro décadas.